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Conheça com Carlos César Floriano as peculiaridades do café no Brasil

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Para iniciar um bom dia, o brasileiro inclui em sua rotina, pelo menos, uma xícara de café. A bebida pode vir pura (o clássico café preto), coado, pingado, expresso ou ainda como ingrediente para o cappuccino ou o macchiato. “O consumo do produto na primeira refeição do dia é tão significativo que a batizou de café da manhã”, explica Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX.

Como uma tradição, o café simboliza simpatia, alegria e hospitalidade do povo brasileiro, além de ser um elemento de sociabilidade para diferentes culturas. A popularidade da bebida é tamanha que, em 1º de outubro, comemora-se o Dia Internacional do Café.

No Brasil, o café também representa a excelência do agronegócio, colocando o país na liderança isolada como maior produtor e exportador do mundo e em segundo lugar como maior mercado consumidor da bebida.

É o café brasileiro que reúne também o maior número de produtos com o registro de Indicações Geográficas (IGs), totalizando 13. Além de indicar a sua qualidade, é pelo registro que se vincula o produto a uma forma única de produção, que leva em consideração características do território, da cultura e das pessoas que o cultivam.

Segundo Carlos César Floriano, “Das Matas de Rondônia, por exemplo, temos o café Robustas Amazônicas, resultado do cruzamento das variedades Conilon e Robusta”, diz. Estas foram selecionadas ao longo dos anos pelos produtores locais, que representam a diversidade de sete etnias indígenas, agricultores familiares e quilombolas.

Cultivada em 17 mil propriedades de pequena escala em 15 municípios, a produção representa mais de 90% de todo o café produzido na Amazônia. As condições climáticas e os solos da região criam condições favoráveis ​​para um ciclo de maturação do café intermediário a tardio, o que permite imprimir sensações gustativas que reúnem dulçor e aromas achocolatados, amadeirados, frutados, picantes, herbáceos a um café encorpado.

Carlos César Floriano destaca a produção sustentável

Para representar a região de Matas de Rondônia, não basta que o café apresente essas características de qualidade. O cultivo de forma sustentável é outro ponto essencial.

Produzir café na Amazônia traz uma atenção muito grande em relação à preservação do bioma. Com o aumento das tecnologias, é possível aproveitar áreas que já estavam abertas para incrementar a produção, mostrando ao mundo uma cafeicultura sustentável que permite uma vida digna e com renda às populações.

O “currículo sustentável” é comprovado com dados da produção, que continuou crescente sem aumentar a área cultivada. Inclusive, diminuiu o espaço destinado ao cultivo. Em 2001, a produção de café Robustas Amazônicas ocupava cerca de 240 mil hectares na região. Atualmente, uma área de 50/60 mil hectares de cafés plantados rende uma produção que atinge 2,5 milhões de sacas do produto, exportado, em sua maioria.

Conforme informações de Carlos César Floriano, “É importante ressaltar que a legislação brasileira exige que todas as propriedades rurais localizadas na região Amazônica conservem, no mínimo, 80% da vegetação nativa de sua superfície”, esclarece. O que torna o produtor brasileiro, responsável por grande parte da preservação do bioma, sem fornecer qualquer compensação.

No caso dos cafés, comprova-se que o Brasil apresenta potencial de desenvolver as regiões produtoras, promovendo o desenvolvimento territorial sustentável de suas regiões, diferenciando-se do mercado de commodities. Os produtores podem explorar não apenas o produto final, por sua qualidade e sabores diferenciados, mas também o turismo rural.

“Ao preservar e estimular o modelo de cultivo tradicional de determinada região, o reconhecimento como IG se faz um importante aliado para a sustentabilidade”, informa Carlos César Floriano.

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